"A vida pode ser dura com a gente... Nos jogar às paredes. Nos vender ilusões. Nos roubar alguns sonhos. Por mais que ela nos moa, lembre-se: É no chão, onde tudo floresce. Hoje você é pó, amanhã será flor!"
(Bruno de Paula)
Eu vivo em crise comigo mesma. Já faz tempo que deixei de me amar como deveria, de me respeitar como gostaria, de me admirar como merecia.
Nos idos da juventude sentia um orgulho enorme de mim mesma, do meu corpo, do meu gênio, da minha força, da minha garra, da minha mocidade. Ultimamente tenho estado em conflito com a pessoa que me tornei, não gosto de ver o corpo envelhecido, os cabelos embranquecendo, os movimentos em desarmonia; tenho utilizado muitos de meus momentos para questionar-me... Será que não restou nada daquela pessoa tão cheia de si, tão segura de tudo, tão destemida ?
Será que os anos apagaram as marcas das guerras vencidas, das revoluções solitárias?
Será que ter me tornado uma mãe simplesmente, não seria motivo para me orgulhar de mim mesma ?
Talvez ainda falte algo que seja crucial para minha vida,algo que me faça querer acordar logo e ver um novo dia.
Um objetivo diário, uma meta, um desafio, talvez essa seja a palavra correta, um novo desafio,que nos faz gelar as mãos, descompassar o ritmo do coração, aumentar a adrenalina.
Por que será que permitimos nos perder de nós mesmas ?
A vida não para e reclama nossa presença atuante, não interessa como estamos depois de cada tempestade, sempre é preciso abrir as janelas, secar o chão, botar a roupa no varal e respirar profundamente, porque a vida ... ah., ela não espera você chorar suas dores, nem assoprar suas feridas, ela te chama para continuar sempre.
E assim, para que novas sementes de sonhos e esperanças possam renascer no jardim de nossa alma, seguimos guarnecidas de anseios e desejos, nossa jornada sem fim ao encontro da plenitude.
(Sonia Buzanello)